Energia fotovoltaica pode impulsionar o programa Luz para Todos
►Conteúdo gerado por Humano (a) para Humanos (as)◄
São necessários até 15 milhões de módulos fotovoltaicos para implementar o Programa Luz Para Todos, aponta estudo do IEMA
Dados estão no artigo científico publicado pela equipe do instituto na Renewable and Sustainable Energy Reviews
A equipe do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) publicou o artigo científico “Photovoltaic systems, costs, and electrical and electronic waste in the Legal Amazon: An evaluation of the Luz para Todos Program” na revista Renewable and Sustainable Energy Reviews (edição Volume 203), em julho deste ano.
A pesquisa avaliou a capacidade dos agentes do setor em atender à demanda pela universalização do o à energia elétrica via Programa Nacional de Universalização do o e Uso da Energia Elétrica – Luz para Todos (LpT), incluindo os aspectos econômicos envolvidos no processo de universalização e a gestão de resíduos e logística reversa desses sistemas. Trata-se de um estudo divulgado em uma das revistas científicas mais importantes do mundo para o setor de energia.
As descobertas indicam uma demanda de até 15 milhões de módulos fotovoltaicos, baterias e inversores com um custo de R$ 38 bilhões (cerca de USD 7,4 bilhões). Ao longo de 33 anos, seriam geradas entre 58 e 234 mil toneladas de resíduos eletrônicos.
“O trabalho avalia o Programa Luz para Todos e as tecnologias solares e de baterias para atender às comunidades remotas”, resume Vinícius Oliveira, um dos autores do estudo e líder de projetos do IEMA. “A consolidação de resultados mostra o tamanho físico e econômico do o. Além disso, a pesquisa aponta que ele pode ser menos oneroso para a população, que hoje tem energia por meio de geradores a derivados do petróleo ou estão no escuro, provendo uma energia barata e de qualidade. Se o direcionamento econômico da política pública atuasse no custo de capital dos sistemas, o preço da energia elétrica desses sistemas poderia ser inferior ao preço da energia cobrada pelas distribuidoras locais. Essa ação, somada à já existente tarifa social de energia elétrica, poderia atenuar a pobreza energética”, completa.
Entre os pontos do estudo que a revista destacou, estão: o Custo Nivelado de Energia (LCOE) varia entre 477 e 1.189 BRL/MWh ou 92 a 230 US$/MWh (custo de instalação, operação e descomissionamento relacionado à energia elétrica gerada ao longo da vida útil dos sistemas); a revisão do trabalhos internacionais apontou que os sistemas fotovoltaicos são os mais utilizados para levar o à energia elétrica para regiões remotas e que não há literatura científica que aborde a gestão e logística reversa dos resíduos de fontes renováveis em regiões remotas; a Amazônia Legal carece de infraestrutura adequada para gerenciar esses resíduos eletrônicos. Vale lembrar que o Programa Luz para Todos propõe universalizar o o ao serviço público de eletricidade em regiões remotas da Amazônia Legal com fontes de energia renováveis. Uma diversificação das fontes de energia renováveis poderia reduzir os resíduos gerados pelos equipamentos fotovoltaicos e estimular o desenvolvimento de uma cadeia de serviços nas regiões que arão a ter o aos serviços de eletricidade.
“A revisão de mais de uma centena de publicações científicas internacionais aponta uma tendência de se utilizar energia solar para a universalização do o em regiões remotas. Por isso, o LpT pode se tornar um grande exemplo mundial de política pública ao dar escala para a utilização dessa tecnologia em um grande território que é a Amazônia”, Fabio Galdino dos Santos, um dos autores.
am a publicação: Vinícius Oliveira da Silva, Fabio Galdino dos Santos, Isis Nóbile Diniz, Ricardo Lacerda Baitelo e André Luis Ferreira. O artigo está disponível no link: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1364032124004477
[ Se você gostou desse artigo, deixe um comentário. Além disso, compartilhe esse post em suas redes sociais, assim você ajuda a socializar a informação socioambiental ]
in EcoDebate, ISSN 2446-9394
A manutenção da revista eletrônica EcoDebate é possível graças ao apoio técnico e hospedagem da Porto Fácil.
[CC BY-NC-SA 3.0][ O conteúdo da EcoDebate pode ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, à EcoDebate com link e, se for o caso, à fonte primária da informação ]