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China avança na transição energética e promete abandonar a queima de carvão

 

Termelérica a carvão
Termelétrica a carvão. Foto: Chris Carlson

China avança na transição energética e promete abandonar a queima de carvão, artigo de Vivaldo José Breternitz

A energia renovável é agora a opção mais barata em quase todos os lugares do planeta e a China fabrica todo o equipamento necessário à geração de energia solar e eólica

O presidente chinês Xi Jinping anunciou em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas um o importante para controlar as emissões de gases geradores do efeito estufa.

Depois de reiterar promessas acerca de providências a serem tomadas em seu próprio país, Xi disse que a China vai começar a ajudar outros países a controlar essas emissões, apoiando projetos de energia renovável que substituirão usinas que queimam carvão.

A China financia muitos projetos de infraestrutura em economias em desenvolvimento, como parte de seus esforços na política externa; isso geralmente lhe traz vantagens colaterais, como envolver profissionais e empresas chinesas.

Quando esses projetos são voltados à produção de eletricidade, geralmente envolvem a fonte mais usada da China, o carvão. Assim sendo, o número de usinas a carvão construídas nos países parceiros da China é grande e levanta dúvidas legítimas sobre a possibilidade de que sejam cumpridas metas globais de emissões de carbono.

A China já havia se comprometido a atingir a neutralidade de carbono até 2060, apesar de prever que suas emissões crescerão até o final dessa década. No entanto, seus bancos de desenvolvimento continuaram a financiar usinas a carvão e suas empresas, a construí-las. No entanto, XI foi enfático em seu discurso, afirmando explicitamente que a China não desenvolverá novos projetos de geração de eletricidade a partir da queima de carvão no exterior.

A mudança faz sentido para todos os envolvidos. A energia renovável é agora a opção mais barata em quase todos os lugares do planeta e a China fabrica todo o equipamento necessário à geração de energia solar e eólica, podendo vende-los para seus projetos no exterior e continuar lucrando com isso.

O Japão e a Coreia do Sul já haviam tomado a mesma decisão, o que é bom para todo o planeta. Prejudicados deverão ser apenas os que estão no negócio de produção de carvão.

Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394

 

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